domingo, 11 de março de 2007

lágrimas ocultas.




se me ponho a cismar em outras eras
em que ri e cantei, em que era querida,
parece-me que foi noutras esferas,
parece-me que foi noutra vida..

e a minha triste boca dolorida,
que dantes tinha o rir das primaveras,
esbate as linhas graves e severas
e caí num abandono de esquecida.


e fico, pensativa, olhando o vago...
toma a brandura plácida de um lago
o meu rosto de monja de marfim...


e as lágrimas que choro, branca e calma,
ninguém as vê brotar dentro da alma!
ninguém as vê cair dentro de mim..

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